Publicado: 18 Junho 2024

FUNDOS de PENSÃO: a armadilha para os aposentados

O Postalis (dos Correios), Petros (da Petrobrás), Funcef (da Caixa Econômica) e Previ (do Banco do Brasil) soam familiares para você? Eles são os quatro maiores fundos de pensão do País.

Nos idos de 1983 pensei que fosse o máximo contar com uma aposentadoria extra. Vi o quanto as pessoas dependiam do INSS e viviam em aperto de dinheiro. Quis um futuro mais leve. Finanças em ordem, viagens, sombra e água fresca. Parecia lógico dar duro para ter duas aposentadorias. Ao me julgar em segurança, fui apanhada! Como os porcos do mato nessa história:

O Postalis (dos Correios), Petros (da Petrobrás), Funcef (da Caixa Econômica) e Previ (do Banco do Brasil) soam familiares para você? Eles são os quatro maiores fundos de pensão do País.

Nos idos de 1983 pensei que fosse o máximo contar com uma aposentadoria extra. Vi o quanto as pessoas dependiam do INSS e viviam em aperto de dinheiro. Quis um futuro mais leve. Finanças em ordem, viagens, sombra e água fresca. Parecia lógico dar duro para ter duas aposentadorias. Ao me julgar em segurança, fui apanhada! Como os porcos do mato nessa história:

O Postalis (dos Correios), Petros (da Petrobrás), Funcef (da Caixa Econômica) e Previ (do Banco do Brasil) soam familiares para você? Eles são os quatro maiores fundos de pensão do País.

Nos idos de 1983 pensei que fosse o máximo contar com uma aposentadoria extra. Vi o quanto as pessoas dependiam do INSS e viviam em aperto de dinheiro. Quis um futuro mais leve. Finanças em ordem, viagens, sombra e água fresca. Parecia lógico dar duro para ter duas aposentadorias. Ao me julgar em segurança, fui apanhada! Como os porcos do mato nessa história:

O Postalis (dos Correios), Petros (da Petrobrás), Funcef (da Caixa Econômica) e Previ (do Banco do Brasil) soam familiares para você? Eles são os quatro maiores fundos de pensão do País.

Nos idos de 1983 pensei que fosse o máximo contar com uma aposentadoria extra. Vi o quanto as pessoas dependiam do INSS e viviam em aperto de dinheiro. Quis um futuro mais leve. Finanças em ordem, viagens, sombra e água fresca. Parecia lógico dar duro para ter duas aposentadorias. Ao me julgar em segurança, fui apanhada! Como os porcos do mato nessa história:

A história dos porcos do mato

Conta-se que numa grande curva em ferradura do Rio Ocmulgee, na Geórgia, vivia uma vara de porcos do mato. De onde teriam vindo, ninguém sabia; mas resistiam a enchentes, incêndios, geadas, secas e caçadores.

Então, chegou ao armazém da estrada do rio um homem de fora e perguntou onde viviam os porcos-do-mato. Alguns meses depois, ele voltou e pediu ajuda para levar os porcos do mato, presos no brejo. Fazendeiros e caçadores espantados, não queriam acreditar, reuniram-se para ver os porcos presos.

– Foi tudo muito simples – explicou o homem de fora.

– Primeiro joguei um pouco de milho. Durante três semanas não quiseram comê-lo. Depois, um porquinho agarrou uma espiga e correu para dentro do mato. Dentro em pouco estavam todos comendo. Então comecei a construir um cercado em torno do milho, cada dia um pouco mais alto.

Quando notei que ficavam todos esperando que eu levasse o milho e que tinham parado de fuçar o chão à procura de bolotas e raízes, fiz um alçapão e os apanhei. Sou capaz de apanhar qualquer animal existente na face da Terra, desde que consiga fazê-lo acostumar-se a depender de mim para comer, sem ter de fazer força.

(Deputado americano Stephen Pace)

 

O CUSTO DE ADMINISTRAÇÃO DE UM FUNDO DE PENSÃO

O custo de administração de uma estrutura de fundo de pensão é caro. O PGA – Plano de Gestão Administrativa do Postalis, por exemplo, custou aos aposentados, pensionistas, empregados e patrocinadora em 2020, o valor de 57.616 milhões ou uma despesa mensal de 4.800 milhões/mês.

Segundo a Resolução GCPC nº 29/2009, as despesas de administração das EFPC – Entidades Fechadas de Previdência Complementar podem chegar até 1% dos recursos garantidores do plano, dentre outros itens. Também estabelece que haja uma relação dos gastos com os resultados obtidos. Para a administração do Postalis foram gastos 0,72% dos recursos garantidores, em 2020.

É legal, mas será que é moral gastar tanto numa estrutura ineficiente de fundo de pensão? São empregos, contratações para gestão de investimentos, processos judiciais, enfim, sai caro para aposentados, pensionistas e empregados que não têm o retorno disso no contracheque.

O custo no meu e no seu bolso

O Postalis sobe o percentual da contribuição extra para equacionamento dos déficits 2012 e 2014 de 17,77% para 18,39%
  • mais diferenças retroativas a 2020 sobre os pagamentos mensais e 13º salário,
  • mais 8,7% sobre o benefício da contribuição regular
  • mais alíquota de IR sobre o valor do benefício que varia de 7,5% a 27,5%, o que reduz ainda mais o valor líquido a receber.
O aposentado ou pensionista com benefício de R$ 1.000,00, tem sua contribuição extraordinária aumentada de R$ 177,70 para R$ 183,90. Se essa pessoa optou por manter o plano de saúde ao se desligar vai pagar em média mais R$100,00, chegando a um valor líquido para receber de R$ 716,10, ou seja, cerca de 30% em descontos. Já para quem ganha 4.664,68 incide a alíquota de 27,5% de IR o que reduz ainda mais o valor líquido do benefício. E, ainda, se comenta de equacionamento a ser feito que pode comprometer até 49% dos benefícios. O BD – Benefício Definido – é um modelo em que participantes e patrocinadora contribuem cada qual com 50% para os benefícios programáveis e de risco. O plano deveria conceder uma complementação de aposentadoria, na forma de renda vitalícia, vinculada à média salarial e do valor do benefício pago pelo INSS. O Postalis estuda como criar uma estratégia previdenciária que atenda ao desequilíbrio do Plano BD. Significa que a aposentadoria que você tem agora está em franco declínio porque a reposição dos valores sai do bolso dos próprios aposentados, pensionistas e empregados ativos. Fala-se da privatização dos Correios, mas é preciso lembrar que 50% dos aportes do Postalis são feitos pelos empregados e 50% são dos Correios. No caso de uma privatização não se sabe ao certo como ficaria a situação dos aposentados e pensionistas do fundo. O olho do dono é que engorda o boi Qual seria o resultado se os empregados tivessem tomado as rédeas de seus próprios investimentos para ter uma 2ª aposentadoria ao invés de contarem com os fundos de pensão? Quantos contribuíram 10, 20, 30 anos ou mais para terem uma aposentadoria extra e ficaram frustrados? O Brasil tem cerca de 300 fundos de pensão. Isso representa uma multidão de empregados tirando de si a responsabilidade da poupança de uma vida inteira e apostando as economias numa estrutura de fundo de pensão. As adesões aos fundos de pensão continuam em meio às notícias de fraudes e más aplicações. Os empregados deram poder para que o suado dinheiro deles fosse parar em mãos estranhas. Conheço pessoas que decidiram não aderir a um fundo de pensão. Não sei os resultados que cada uma delas teve com seus investimentos.  Mas conheço histórias bem-sucedidas de quem tomou as rédeas da aposentadoria, fez investimentos, correu os próprios riscos e, ao se aposentar, tinha o seu pé de meia para complementar a aposentadoria oficial. Essas não sofrem com as mazelas administrativas do fundo de pensão.

MORAL DA HISTÓRIA DOS PORCOS DO MATO

A história dos porcos do mato me levou a pensar sobre a decisão de mais de 2 milhões de empregados de estatais em confiar o suado dinheiro ao Postalis, Petros, Funcef, Previ ou qualquer outro fundo de pensão para ter uma 2ª aposentadoria. Enquanto essas contribuições mensais são tidas como investimento pelos que dão duro, para o homem de fora, o governo e os dirigentes dos fundos, elas sustentam uma série de interesses econômicos. Assim como os porcos do mato, os empregados se sentiam seguros dando duro para pagar o valor extra que os faria receber uma 2ª aposentadoria. Eles se sentiam confiantes bastante para tomar empréstimos no fundo, receber complemento de seguro doença e até acumularem empréstimos sob certas circunstâncias. Essas eram as espigas que eram jogadas aos poucos. A vida parecia tranquila, o futuro garantido. O que os empregados não sabiam é que o homem de fora estava de olho neles para deixá-los prisioneiros e dependentes para sempre. Assim, o homem de fora veio e construiu a cerca em torno dos participantes. Os empregados de grandes estatais foram apanhados na armadilha do fundo de pensão, presos em um endividamento que não é deles. O resultado da decisão de confiar nos fundos de pensão nos fez reféns do “homem de fora”, porque o dinheiro seu e meu foi parar nas mãos dos administradores dos fundos. A questão é que eles querem cada vez mais dinheiro. “Sou capaz de apanhar qualquer animal existente na face da Terra, desde que consiga fazê-lo acostumar-se a depender de mim para comer, sem ter de fazer força”.  

Quem semeia colhe

“Ser autorresponsável é ter a certeza absoluta, a crença de que você é o único responsável pela vida que tem levado. Consequentemente, é o único que pode mudá-la e direcioná-la.

Paulo Vieira

A decisão pelo fundo de pensão foi minha, logo os resultados que colho, se bons ou maus, são frutos dessa escolha. A beleza disso é que decido como fazer daqui por diante para mudar os meus resultados. As viagens de aposentada? A sombra e água fresca tão sonhadas? Em franca evaporação! Conclusão: Quem quer sombra e água fresca que plante a própria árvore e cave o próprio poço. E você, o que faz para trazer de volta para o seu bolso os valores que têm ido para as perdas financeiras decorrentes da armadilha dos fundos de pensão?
 

Dircéa Sá é ex-empregada, administradora concursada dos Correios e participante do Postalis. Assim, como mais de 100 mil empregados e ex-empregados sofre na pele a sangria dos rendimentos pelos equacionamentos do fundo de pensão.

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